O "1984" e a Pandemia

Por Samuel Gonçalves 

Tendo passado um mês desde o início desta pandemia, diversos países pelo mundo têm vindo a aprovar estados de emergência, obtendo poderes excecionais em tempos conturbados para combater o novo coronavírus. De momento não irei abordar a eficácia do estado de emergência, mas sim como certos Estados estão a aproveitar estes tempos conturbados, e até o próprio estado de emergência, para aprovar leis que em tempos ditos normais, jamais teriam "luz verde".

Viktor Orbán, primeiro ministro Húngaro e líder do partido Fidesz, após aprovar o estado de emergência, adotou várias medidas de combate à pandemia, maioritariamente com o intuito de ter aproveitamento político.

Orbán, declarou um estado de emergência com propostas ambíguas e de ampla interpretação. O Primeiro Ministro Húngaro, ao usar estas ferramentas, está a poucos passos de concluir aquilo que George Orwell previu no livro "1984", panorama atualmente real na china e em vias de se tornar também realidade na Hungria, mas, passando ao concreto, como consegui-o Orbán seguir este caminho?

Em 1º lugar, começou por passar um decreto onde suspendia a democracia, salve seja, passaria dai a adiante a governar por tempo indeterminando, começando logo, desde cedo, a dar um gosto a estes tiques autoritários.

Em 2º lugar, nas medidas do estado de emergência foi aprovado uma limitação da liberdade da impressa, em que, quem publicar noticias que possam "dificultar" o trabalho realizado pelas entidades competentes, terá de arcar com uma pena de prisão de até 5 anos.

A nível europeu a Hungria já ouve as contestações dos outros países e até uma carta assinada por 13 membros do PPE a demonstrar o seu descontentamento com o atentado de Viktor Orbán à democracia na Hungria e na europa.

Esta pandemia veio a desfiar os laços frágeis que existe na europa onde, numa dificuldade de carater global, em que os desafios deviam ser levados com uma "união" europeia, e uma aldeia mundial na verdade vimos cada País a lutar por si, criando uma divisão fraturante na europa, como já se podemos ver entre o norte e sul, e até Países como a Hungria e a Rússia onde os seus líderes usaram todo este tumulto para mudarem o panorama politico para os seus próprios ganhos.

Numa Era onde a comunicação se tornou fácil, rápida e global, é fraturante os políticos, não só Portugueses como internacionais trabalharem como um todo face ao combate desta pandemia tanto em termos materiais, científicos, humanísticos e até a proteção da própria democracia.

Referência